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O que fazer quando as máquinas fazem tudo?

A última palestra do palestra da Healthcare Innovation Show 2018 (HIS), que acontece nos dias 19 e 20 de setembro em São Paulo, abordou um dos medos que persegue muitos envolvidos no mercado da saúde: O que fazer quando as máquinas fazem tudo?Para responder essa pergunta, o convidado internacional Robert Brown, vice-presidente da Cognizant Technology Solutions, começou sua palestra mostrando um especial da BBC onde, na internet, você poderia escrever o seu trabalho e o programa diria quais as chances de um robô substituí-lo no futuro.Apesar de soar alarmista, ele pediu calma aos presentes enquanto citava os impactos da inteligência artificial nos dias de hoje. “Oito de cada dez fundos de investimento nos EUA foram afetados por programas com algoritmos da mesma forma que advogados que usam I.A. conseguem executar em duas horas serviços que demoravam duas semanas”, demonstrou com pesquisas.

Ao entrar em contato com essas informações, as pessoas têm sentimentos ambíguos: por um lado surge a empolgação e logo vem o medo – algo que, de acordo com o palestrante, ocorre também no mercado da saúde. “Pensem que hoje, nos EUA, um em cada vinte pacientes que vão ao consultório e um em cada sete que passam por um pronto-socorro recebem um diagnóstico errado, que resulta em 300 mil mortes anuais… Imagine poder evitar isso?”, questionou.

As projeções apontam que, em dez anos, será possível saber quando uma pessoa estará doente antes dos sintomas aparecerem. “Vamos olhar para trás e dizer como conseguíamos viver sem saber quando ficaríamos doentes”, brincou Robert.

Quanto a questão central do painel, se os robôs vão tomar os empregos das pessoas, ele foi categórico: “É falta de imaginação pensar que as inovações não vão abrir novas oportunidades. Algum sangue será derramado. Aproximadamente 12% das profissões que conhecemos hoje acabarão. Porém, 75% vão aumentar e 13% serão inventadas. Para vencer as máquinas a dica é uma só: seja um humano melhor”.

Para o palestrante, existem muitas coisas que um robô não pode fazer, como dançar, ensinar uma criança ou liderar um time – mas em tudo isso eles podem ajudar. “Cabe ao humano o julgamento, saber dizer qual a coisa certa a fazer. E cabe à máquina avaliar, com base em algoritmos, qual a ação mais apropriada a tomar”, exemplificou.

“O que ocorreu com a agricultura, onde trabalhava 80% da população no passado e hoje conta com apenas 2% cuidando de alimentar muito mais gente – graças aos avanços tecnológicos -, em breve acontecerá com os escritórios. O que não podemos deixar é o medo interferir. Seja realista, seja otimista e, principalmente, seja um humano melhor”, encerrou.

A Healthcare Innovation Show 2018 (HIS) acontece nos dias 19 e 20 de setembro em São Paulo. Acompanhe a cobertura da TV Doutor.