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Mudança de paradigma no cuidado: de reativo a preditivo

Mediada por Rene Parente, líder na Accenture para indústria de saúde, a mesa “Mudança de paradigma no cuidado: de reativo a preditivo” jogou luz sobre uma questão muito debatida nessa edição da Healthcare Innovation Show 2018 (HIS): o que as instituições podem fazer com essa infinidade de dados gerados e para auxiliar no atendimento do paciente?”O desafio é gerenciá-los”, disse a Irmã Monique Bourget, diretora técnica e de atenção primárias à saúde do Hospital Santa Marcelina. “A figura do agente comunitário surgida na criação do SUS, 30 anos atrás, é de fundamental importância, pois ele acaba vigiando o bem estar das pessoas em suas casas”, explicou ela.”Com o advento da tecnologia, é possível monitorar um paciente que tenha diabetes ou pressão alta e, se ele chega ao hospital, determinar onde a atenção primária falhou. Porque a ideia é que ele não precise ir ao hospital. A meta é prevenir internações”, completou a religiosa, frisando tratar-se de uma grande oportunidade para deixar de falar em doença e focar na saúde.

Para José Augusto Ferreira, diretor de provimento de saúde da Unimed BH, é preciso cuidar mais da gestão da assistência. Diferentemente de antes, agora entram na cadeia pacientes digitais, acostumados a serviços que prezam por rapidez, transparência e segurança. E eles querem que a assistência à saúde seja assim”, contextualizou.

O palestrante citou um fato interessante. De uma pesquisa feita com internações de crianças e idosos na Unimed BH, descobriu-se que a maioria havia passado por atendimento primário três dias antes da internação. E mais da metade não passou por nenhuma consulta 30 dias após a internação – algo classificado por ele como “um desastre”.

“Como atendemos? Como cuidamos? Como oferecemos saúde? Precisamos repensar nossas instituições. Não podemos ser remunerados só em cima de faturamento, das consultas e internações, mas também pela melhora de saúde do território onde atuamos”, disse Irmã Bourget.

Como essas eram as informações importantes para o sistema, Você tem dados sobre internações e medicamentos, mas não sobre as pessoas. Mas agora precisa ter. É preciso promover práticas de assistência semelhantes para todos, mas individualizá-las para cada um – temos o paciente que quer tratar algo com medicação e outro que pode preferir fazer exercícios e voltar para mais exames”, disse José Augusto.

Ao fim, os palestrantes deixaram claro a necessidade da criação de informações mais relevantes, com o uso de algoritmos que permitam as instituições de parar de olhar para o passado e focar no futuro, criando um sistema preditivo e funcional.

A Healthcare Innovation Show 2018 (HIS) acontece nos dias 19 e 20 de setembro em São Paulo. Acompanhe a cobertura da TV Doutor.