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Os desafios de ser um setor de saúde, e não de doença

Com um tema em alta no segmento médico, o painel “Os desafios de ser um setor de saúde, e não de doença” colocou em pauta como uma mudança de paradigma pode acarretar um aumento na saúde da população ao mesmo tempo em que representar uma economia de custos para hospitais e operadoras.Moderado por Vitor Asseituno, ex-CEO da Live Healthcare a agora diretor de Mercado da unidade Healthcare da UBM Brazil, o bate-papo teve início com uma provocação pertinente: como um sistema hoje baseado na doença pode se remunerar com a saúde, sendo que essa não acontece dentro do hospital ou consultório, mas em praças e demais espaços?Para Raquel Giglio, da SulAmérica Saúde, um dos pontos importantes é o questionamento do cliente quando a operadora fala sobre investimento em prevenção. “Eles querem saber qual o retorno. E num primeiro momento a prevenção terá um custo maior, pois, por exemplo, 40% da população não teve nenhuma interação médica nos últimos 12 meses. Se engajadas, elas vão buscar médicos antes que seus problemas aumentem – e com eles, os custos”, explicou.

Com esse pensamento, alguns players têm desenvolvido programas de saúde corporativa – caso do Hospital Sírio Libanês, como atesta Gentil Jorge Alves Júnior, da instituição. “Montamos um modelo de atenção primária para colaboradores e dependentes do hospital. Cada um deles passou a ser atendido por um médico de referência, que é o antigo médico da família, um profissional com visão integral do paciente”, contextualizou.

A proposta surgiu a partir do entendimento de que o uso indiscriminado do plano de saúde gera um custo algo para o empregador, as operadoras, as redes e, no fim, não gera benefício ao paciente. “Infelizmente as pessoas não são engajadas nos cuidados com a saúde”, lamentou.

Último a falar no painel, Ricardo Guerra, da rede de academias Gympass, concordou com a realidade traçada e salientou a importância do olhar social quando falamos em saúde. “Saúde começa em casa e atualmente o sedentarismo é a quarta causa de mortes no mundo. O problema está, de fato, no engajamento. com nossa rede de lojas espalhadas pelo país, nós conseguimos resolver as questões de tempo, localização e valor – mas isso não é suficiente para mudar a realidade”.

O papel dos RHs, nas palavras dele, são fundamentais para a mudança dessa realidade. E as vantagens são claras. Enquanto as empresas economizam com a diminuição dos gastos do plano de saúde, os colaboradores deixam de marcar consultas por qualquer razão.

“Uma pessoa que se sente bem não vai ao hospital por qualquer coisa. Pois o esporte é um grande incentivador de melhores hábitos, como se alimentar melhor e para de fumar. Sabemos por experiências medidas que a parcela de funcionários que faz uso do Gympass usa 30% menos o convênio médico do que aqueles que não se exercitam”, comprovou.

A Healthcare Innovation Show 2018 (HIS) acontece nos dias 19 e 20 de setembro em São Paulo. Acompanhe a cobertura da TV Doutor.