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Saúde no mundo digital

Claudio Lottenberg / Presidente do ICOS e do conselho deliberativo do HIAE

A discussão da nova assistência em saúde se faz com o mundo digital, levando a assistência a lugares antes não possíveis e com um plano de equidade.

Neste contexto, a telemedicina existe desde que o telefone foi criado, e facilita a relação entre as partes. Ela não é suficiente para resolver tudo de forma integral, mas tem a capacidade de direcionar o paciente numa matriz de urgência e tem alta taxa de resolutividade para casos mais simples. Assim, a tecnologia ajuda e apoia, mas não é resposta pra tudo que precisamos.

Cada especialidade médica tem uma natureza, uma metodologia peculiar e uma relação com a indústria peculiar. Portanto, as soluções não podem ser uniformes para toda a Medicina. Quando a gente tenta tratar a saúde de forma linear e generalizada, cometemos um grande equívoco. Na dermatologia, por exemplo, uma verruga e um melanoma têm necessidades completamente diferentes de tratamento e a telemedicina reduz o tempo de espera por um atendimento que, no caso de um melanoma, pode ser decisivo.

No caso das doenças crônicas, há o acompanhamento via telemedicina para reforçar o uso de medicamentos, por exemplo. Esse reforço que deriva do relacionamento médico-paciente pode ser feito de forma digital.

Há necessidade de nós, profissionais da saúde, redesenharmos a maneira de nos relacionarmos com o paciente. Trabalhar em mecânicas relacionais que se apropriam de uma nova mentalidade, a da convergência. Como? Interagindo com profissionais de expertises complementares, por exemplo.

Não se muda a essência da Medicina. Temos novas ferramentas que contribuem com o que é tradicional.