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Médico investidor-anjo: o protagonista da mudança

De forma direta e empolgante, o cirurgião plástico David Sena explicou aos presentes no segundo dia da ExpoClínicas 2018, que acontece no WTC São Paulo, em São Paulo, o que é ser um investidor-anjo – posição que vem ganhando destaque no mercado de saúde, mas permanece nebulosa para a maioria.Para isso, ele explicou antes o ciclo de vida de uma startup – requisito básico para quem pensa em entrar nesse mercado. “O investidor-anjo trabalha no momento da pré-startup, onde existe uma ideia e um conceito a ser trabalhado. É ele quem leva essas pré-startups do vale da morte, momento em que os projetos morrem, até o break even, que é quando ela deslancha”, disse ele.

Para tanto, o investidor-anjo precisa reconhecer no projeto três características importantes: paixão pela ideia, mercado disposto a consumi-la e pessoas com conhecimento para executá-la. Para tanto, é preciso que o projeto identifique um problema e ofereça uma solução para o mesmo – a fase de MVP.

O próximo momento da pré-startup ocorre quando o produto ou serviço é testado pelos early adopters, usuários que enxergam uma necessidade no que é oferecido, sabem disso e buscam uma solução para o seu problema – e que, nas palavras de David, não podem “parentes ou familiares, mas pessoas de fora que possam xingar e criticar a ideia nesse estágio inicial”.

“É comum que esse ciclo de pesquisa, MVP e early adopters ocorra algumas vezes e é aí que vemos se o criador da ideia está disposto a aprender e se o investidor-anjo tem fôlego emocional e financeiro para seguir em frente”, alerta o especialista.

Diferentemente de um investidor que chega na fase do break even, quando a startup deslancha, o investidor-anjo não quer o controle da empresa, mas apenas uma parte dela. “Enquanto o investidor quer mandar no negócio, o investidor-anjo é o cara que aconselha”, salienta.

Outro ponto curioso é que, para David, é mais importante uma equipe criativa, bem formada e competitiva do que uma ideia sensacional. Muitas vezes, ele disse, investiu um ideias fracas, mas com pessoas com talento e disposição para ir além.

No fim, o palestrante deixou claro que o investidor-anjo tem que ser “a pessoa que já fez acontecer e tem recursos e disponibilidade emocional para investir”, sempre agindo dentro de um risco calculado, focando em ganhos associados, que ocorrem mesmo quando o investimento vai para o buraco, e provendo smart money, que é o investimento com conhecimento.

“Ser investidor-anjo é poder participar da jornada empreendedora, não para ser o comandante, mas influenciar na escolha do destino final”, encerrou.

A ExpoClínicas 2018 acontece no WTC São Paulo, em São Paulo, nos dias 14 e 15/09. Acompanhe a cobertura da TV Doutor.