Com o tema “Inovações na Medicina Diagnóstica e seus Benefícios para a Cadeia de Saúde”, os palestrantes e médicos Thiago Júlio, coordenador médico de tecnologia e inovação, e Gustavo Meirelles, gestor médico de radiologia com ênfase em estratégia e inovação, deixaram claro que a participação das máquinas dentro de áreas como radiologia e patologia é crescente e inevitável.”O ritmo de crescimento do ambiente digital é exponencial, como mostra a Lei de Moore”, afirmou Thiago Júlio na primeira parte do painel. Nela, o especialista em tecnologia mostrou que a humanidade sempre deu um salto ao adotar uma nova ferramenta – e que, apesar do pânico inicial, os impactos positivos sempre superarm os negativos.
Para ele, se num primeiro momento a adoção de máquinas, como robôs com inteligência artificial, afasta o médico, após sua adoção o profissional volta com funções renomadas. “Tudo que é repetitivo e constante no dia a dia do radiologista será assumido pelo computador. Por isso, pensar no médico em função e atribuição é uma ideia morta. Em 15 anos o currículo médico pode ser outro”, explicou ele ao ser questionado sobre a substituição integral do profissional de radiologia.
“Quando entra em jogo a interpretação de uma imagem, algo que depende de contextos, o médico se faz necessário. Atualmente a máquina só localiza e delimita”, ressaltou Thiago Júlio. Na sequência, Gustavo Meirelles completou a fala do colega, avaliando como ainda precária a capacidade de inferência das máquinas.
“A base de dados ainda é muito pequena”, disse ele, defendendo o uso da inteligência artificial para diagnósticos. “No caso da radiologia torácica, que é minha especialidade, não há profissionais suficientes para tratar todas as pessoas. Daí a importância da adoção da tecnologia”, acrescentou, defendendo a existência de um “radiologista centauro”, que mescla a capacidade da máquina com o conhecimento do homem.
“Os especialistas em diagnósticos devem se somar, como a radiologia, a patologia digital e a genômica, que se fundem na radiômica. Por isso, é importante pensar no radiologista do futuro como um profissional ativo, e não apenas um especialista que simplesmente dá um laudo. É preciso integrá-lo a outras áreas”.
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